Em 2022 a cerimônia do Oscar ganhou holofotes não só nos filmes indicados à premiação, mas também em outro assunto nada comum ao universo da sétima arte, porém, bastante presente no dia a dia de milhares de pessoas: a queda de cabelo.
Isso porque Jada Pinkett Smith, esposa de Will Smith, foi vítima de uma piada feita pelo comediante Chris Rock a respeito de sua condição autoimune, a alopécia.
O fato é que muitas pessoas sofrem com queda de cabelo — e claro que nem sempre se trata de alopécia — mas até que ponto esse problema é comum? Quais são as causas que levam à queda de cabelo? Elas podem ter relação com o coronavírus? Quando procurar ajuda de um especialista?
Continue a leitura deste post para saber mais sobre as possíveis causas, o que ficar atento e como lidar com essa situação da melhor forma!
Como saber se meu cabelo está caindo em excesso?
O ser humano tem uma média de 100 a 150 mil fios de cabelo. É natural que 0,1% disso — ou seja, de 100 a 150 fios — caia todos os dias.
Antes de se precipitar e fazer uma autoanálise prévia sobre o que está causando o problema, é importante saber que a produção capilar funciona de maneira inteligente. Existe um ciclo de renovação por trás do crescimento e queda de cabelo.
Fase anágena
Nesse período, o fio cresce. Todos os dias, ele se desenvolve cerca de 0,35 mm — o que, em um mês, dá cerca de 1 cm. Essa fase dura de 2 a 8 anos.
Fase catágena
Durante a fase catágena, o fio começa a se preparar para cair, entrando em um processo de involução. Ele cai com mais frequência e, assim, se sucede por um período de 3 a 4 semanas.
Fase telógena
Aqui, o cabelo para de crescer definitivamente. Os fios ficam soltos, sem apresentar desenvolvimento, e caem com pouco esforço. É a fase pela qual passam as puérperas, a partir de 3 meses após o parto — pode durar até 5 meses. Todavia, para cada fio que se vai, outro cresce em seu lugar, reiniciando o ciclo.
Quais são as principais causas da queda de cabelo?
O crescimento e a própria queda dos fios podem ser afetados por fatores físicos — relacionados à saúde física e à ausência de nutrientes — e psicológicos — relacionados ao estresse, à ansiedade e a outros transtornos.
Antes de marcar uma consulta com um médico especialista, o ideal é analisar seus hábitos e reparar em outros sintomas, a fim de esclarecê-los durante a conversa, facilitando um diagnóstico mais preciso.
O aumento de peso somado à indisposição e à queda de cabelo, por exemplo, são sintomas do hipotireoidismo — uma disfunção da glândula tireoide que exige acompanhamento de um endocrinologista. Outros problemas estão listados a seguir. Confira!
Estresse
O cortisol (hormônio do estresse) tende a favorecer quadros inflamatórios no organismo, prejudicando a saúde capilar. Ele interfere na ação do folículo piloso, impedindo-o de se desenvolver.
Nesse caso, a principal medida é voltar a atenção para a saúde mental, priorizando atividades de lazer e descanso. Vale lembrar que o estresse desfavorece o corpo como um todo, podendo ocasionar doenças autoimunes — pois enfraquece o sistema imunológico.
Alterações hormonais
Nos homens, o hormônio testosterona é o principal responsável pelos casos de calvície. Nas mulheres, os episódios relacionados à gravidez, ao pós-parto e à menopausa podem causar grande queda capilar.
Nesses períodos, o corpo passa por diversas mudanças, e o ciclo do cabelo sofre alterações. O ideal é contar com a avaliação de um especialista, que pode indicar o tratamento mais adequado — ainda que seja uma solução paliativa.
Pós-covid
A Covid-19 trouxe muitos impactos, além dos efeitos colaterais pós-recuperação, como a queda de cabelo. Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças identificou até 98 sintomas persistentes da doença, no longo prazo.
Ainda não se sabe o motivo específico para a perda de cabelo, mas estuda-se que ela se relaciona com a fase telógena, na qual os fios mais caem — embora também tenha fundamento no estresse psicológico, causado pela contaminação.
Alopécia
Há diversos tipos de alopécia: algumas são uma condição, outras uma doença. Infelizmente, não há cura para nenhuma, apenas controle.
No caso da alopécia androgenética, que costuma ter raiz genética, os fios vão afinando até caírem por completo. Ela pode começar na adolescência e acometer homens e mulheres. A alopécia areata, condição que afeta Jada Pinkett Smith, pode ser passageira — trata-se de uma inflamação que inativa as unidades foliculares.
Falta de nutrientes
Hábitos alimentares ruins são uma das principais causas de perda de cabelo. A ausência de vitaminas, proteínas e minerais causa enfraquecimento dos fios, tornando-os mais suscetíveis à queda. Sendo assim, capriche na ingestão do que faz bem!
Quando buscar ajuda?
O primeiro passo é analisar sua rotina e saber há quanto tempo a queda vem acontecendo. Além disso, é preciso saber se você passou por um evento psicológico traumático recentemente, se tem notado uma queda na produtividade no trabalho e se existem outros sintomas ocorrendo em paralelo.
Após observar esses pontos, você pode marcar uma consulta com o clínico geral. Durante o encontro, o profissional vai lhe perguntar sobre seu dia a dia e decidir qual acompanhamento médico é o melhor para a situação: um endocrinologista (em casos de alterações hormonais), um dermatologista (em casos de alopécia) ou ainda um tricologista, uma especialidade dentro da dermatologia que atua especificamente com pelos, cabelos e couro cabeludo. É provável que você precise fazer alguns exames para que o diagnóstico seja específico.
Existe tratamento? Quais são as possibilidades de cuidado?
O tratamento depende da análise do especialista, que terá como base os exames realizados pelo paciente. Se for alopécia androgenética, por exemplo, algumas soluções paliativas podem ser indicadas, mas não há uma cura para o quadro. Em caso de alterações hormonais, como a menopausa, é recomendado que a mulher seja acompanhada por um ginecologista e um nutricionista, que lhe passem as devidas recomendações para conter os sintomas.
De qualquer forma, o essencial é encarar o problema de forma realista. Preocupar-se excessivamente ou tomar medicamentos por conta própria são ações que pioram a queda. Faça o que está ao seu alcance: busque momentos de lazer e descanso, dê preferência ao consumo de frutas, legumes e verduras, pratique uma atividade física regularmente e cuide da sua saúde mental!
Acredite: com esses pequenos passos, você já vai estar fazendo muito para ajudar seu organismo e limitar a queda de cabelo.
Fonte: Unimed
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